Cânticos religiosos e discursos de revolta marcaram o sepultamento do sargento PM Teófilo Santos Matos, 44 anos, assassinado a tiros, na manhã de anteontem, perto de casa, na Rua Nova, em Engomadeira. Pelo menos 150 pessoas, entre amigos e familiares, compareceram ao funeral, no Cemitério Quinta dos Lázaros, na Cidade Nova. A viúva do militar, Maria Jandira dos Santos, passou mal e precisou ser amparada por familiares. Pouco antes, ela não quis falar sobre o crime à imprensa. "Estamos todos abalados e com medo. Por isso, providenciei que tirassem a família de Teófilo do bairro, até para evitar uma represália", contou o soldado José Carlos Reis, cunhado do sargento. Entre os militares presentes, foi unânime o teor crítico contra defensores de direitos humanos. "Esses nunca aparecem para acompanhar os familiares de policiais assassinados. A sociedade cobra muito do policial, mas, agora, o que ela dá em troca?", indagou a soldado Adriana Franco, do Batalhão de Guardas (BG), onde Téofilo era lotado. "O que vem acontecendo é reflexo da impunidade. É necessário o governo decretar um estado de emergência, criar uma força-tarefa, unindo polícia e Justiça, para prender e julgar os criminosos com rapidez. Mas, o governo não o faz, achando que será abalado politicamente. Enquanto isso, brincamos de fazer segurança pública", disparou José Dias, presidente da Associação dos Profissionais de Polícia e Bombeiros Militares do Estado da Bahia (Aspol). O tenente-coronel Guilherme da Mata, comandante do Batalhão de Guarda, disse que o motivo do assassinato ainda é desconhecido. Mas, não descartou possível envolvimento de traficantes. "Isso não é difícil acontecer com policiais que vivem em bairros acometidos pela violência, ainda mais aqueles policiais que não aceitam se misturar com bandidos", pontuou. Segundo policiais da Delegacia de Homicídios, dois suspeitos de participar do crime estão presos, mas não revelaram maiores informações sobre ambos. Algemada - Conduzida algemada à 11ª CP (Tancredo Neves), anteontem, durante megaoperação da PM para capturar suspeitos do assassinato de Teófilo, Fabiani de Figueiredo prestou depoimento e foi liberada no mesmo dia. O porta-voz da PM, capitão Marcelo Pitta, comentou a repercussão negativa que teve o fato de ela ter sido algemada - ao contrário do advogado Abílio Freire Neto, preso no mesmo dia, sob acusação de integrar um esquema de manipulação de sentenças no Tribunal de Justiça. "A prisão dela foi após o cometimento de um homicídio em que havia a especulação de envolvimento de traficantes. Era uma situação de risco iminente, pois poderia haver pessoas armadas que tentassem libertá-la. Por isso, o uso das algemas", justificou o capitão.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
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